Carlos Drummond de Andrade |
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Eu selecionei este poema, em primeiro lugar, porque gosto muito do poeta Carlos Drummond de Andrade e, depois, porque este poema me marcou quando eu estava longe da minha mãe…
Aconselho toda a gente a ler este poema se sentir a falta de alguém…
Coloquei os meus versos favoritos a vermelho…
Ouve outro poema de Drummond de Andrade, "Mundo grande", dito pelo próprio poeta!